segunda-feira






No “três” definido por Kinsey, a Bissexualidade traça esse meridiano entre pontos, que formam um triângulo equilátero do desejo. Como indivíduo que se reparte, qual quimera, entre um lado heterossexual e um outro homossexual.
Através da arte pretende-se que se abra, no espaço silenciado, um ponto de discussão. A arte como o espaço de fuga, onde o “não-lugar” passa a ser de encontro, que mostra o caminho da inclusão através de pares de 3 artes, 3 escritores, 3 artistas.
Emparelham-se cada escritor com cada um dos artistas, fazendo da escrita e da arte visual uma só obra.
Entre três obras feitas, cada uma, a quatro mãos. De um escritor que se faz na escrita e no pensamento de uma música, que encaminha a obra para o artista, que tem a primazia do desenlace do processo criativo. Em cada díade, 3 artes e uma mesma obra na bissexualidade.
Assim a bissexualidade se esboça na arte pela mutação do comum “não-ser” para “ser também”. Se a sexualidade é uma travessia em vez de um lugar cativo, faz todo o sentido olhar a bissexualidade como a terceira margem do flúmen, de um lugar menos cartesiano, da irrelevância se é chegada ou partida.
Uma margem não fixa, que atende ao movimento do tempo, das mudanças, das experiências e que, nem por isso, deixa de ser possível para aqueles que transitam por ela.
Um apelo à despolarização. No limite do 3, eu, o outro e d’outro…




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"O Ser Humano não é representado através de duas populações discretas, heterossexual e homossexual. O mundo não é subdividido em carneiros e cabras. É fundamento da taxonomia que a natureza raramente pode ser tratada em categorias discretas. O mundo em que vivemos é continuo em todos e em cada um dos aspectos." (Kinsey, 1948)